30 de janeiro de 2011


Sou solteira, tenho 30 anos e sou virgem. O que você acha disso?


O que eu acho? Eu acho tudo, minha Junior. Eu acho tudo e mais um pouco. Mas antes de achar, vou explicar: amiguinha leitora, a sua colega aí de cima me explicou ainda mais do que essa simples e cândida questão. Disse que, além dos trinta anos e da virgindade aos trinta anos, o grande lance é que ela espera. Ela espera não um cara, “o cara”, mas alguém que inspire confiança…
Mais adiante, ela admite que, no fundo, tem é medo de que o príncipe note que existe algo de estranho no reino do agrião. E que se assuste com a virgindade de princesa. Eu leio isso e penso. Como é engraçada a vida. Todo homem com mais de trinta, no fim, adoraria encontrar essa moça “linda e instruída” (Ela que disse! Ela que disse!) em todas as esquinas do mundo, agora e para sempre. Um sujeito alimenta essa esperança de ser o único de uma mulher desde que é o único na barriga da mãe (ah, os gêmeos, essa mórbida e complicada semelhança…). Mas eu dizia que um sujeito alimenta a esperança de não ter que, jamais, lidar com o passado, um passado, com os ex.
Mas na hora de descer do cavalo branco, esse mesmo cavaleiro será o maior dos covardes. Ele verá na princesa um grande e delicado dragão. Considere essa grande contradição: gostaríamos de casar com uma virgem. Mas uma virgem de carne e osso, com 30, 25, 40 anos, é uma doida, uma incapaz, uma estranha.
Minha querida Água Cristalina, minha Cachoeria de Pureza, não tem muito o que fazer. Mas me permita desvirginar uma de suas travas: homens – e mulheres, e mulheres! – são contraditórios. Eles não sabem o que querem. Ou mais: eles só sabem que não sabem o que querem. Como diria o Mano Brownie, a contradição ta aí pra somar.
Portanto, lá vai: sim, muito provavelmente o seu príncipe vai perceber que você é castiça. Muito provavelmente ele vai estranhar. Não, não acho que você precisa anunciar pros moços a sua condição e nem dar para um qualquer, um ‘estranho”, só pra acabar de vez com o sofrimento (vai doer de todo jeito). E não, não, não, não existe um príncipe. Mete um espermicida nessa coisa de aguardar o homem perfeito. Ele não existe. Existe o amor. Sim, eu acredito no amor. E havendo amor (ou até desejo, tesão, um bocadinho de romance ou uma vontade louca de dar), você e o príncipe não vão ligar tanto assim.
Olha, o amor (ou até desejo, tesão, um bocadinho de romance ou uma vontade louca de dar), apesar de tudo, acima de tudo, ainda é capaz de operar o maior dos milagres: fazer algum sentido num mundo em falta dele. Relaxa, meu Pão de Mel no Plástico. É tudo tão doido neste planeta. Seu problema, sua crise, sua dúvida, numa boa, isso tudo é café pequeno, aguado. E doce.

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6 comentários:

DAVI disse...

Tudo bem né, Danila?
Ótimo texto e a imagem do tipo "tudo a ver" deixou seu post ainda melhor. Beijokas!

Danila - Independentemente Mulher disse...

achei o texto muito interessante, Tinho e por isso, merecia uma imagem singular.

Bjkss e obrigado pelo carinho.

mila jolie disse...

gostei do post...a pureza da mulher é o seu maior bem.
desejo um lindo fim d semana pra vc!
bjãOOO!

Anônimo disse...

Adorei o texto, muito verdadeiro!
Beijos meus

Érica Cypriano disse...

OI DAN... SAUDADES QUERIDA!!! PASSA NO MEU OUTRO BLOG http://ceudeestrelass.blogspot.com/
BEIJOCASSSSS

Anônimo disse...

Adoreii o texto, achei ele muito interressante.
Uma imagem singular
bjeiosssssss

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